Pois é... Dia de vacinas! O Eduardo aguentou as picadelas como um verdadeiro herói, uma em cada perna, quase nem chorou! Ferrou a dormir, e inclusivamente acordou bem disposto. Nada faria prever o que veio a seguir. Depois do leite das 14h30m rompe num berreiro como nunca antes ouvi. Um choro de quem está em verdadeiro sofrimento! A zona de uma das picadelas estava vermelha e quente. Tentei pôr gelo, como indicado pela enfermeira. Sem sucesso... Estava com ele ao colo e de cada vez que o pousava o choro intensificava e parecia que lhe faltava o ar. Só o colo o consolava um pouquinho. Eu que pensava ter sido abençoada com um filho que nunca chorava senti o coração a partir durante quase hora e meia, que foi o tempo que durou o lamento, até que finalmente conseguiu adormecer de exaustão. Não o deitei na alcofa nem no berço, pois receava que acordasse e ele tivesse que passar pelo mesmo. Foi o que mais me custou até hoje, vê-lo chorar de uma forma desesperada e sentir-me impotente para lhe minimizar o sofrimento. Isto para a maioria dos pais é o pão nosso de cada dia. Mas eu nunca tinha visto o meu filho a chorar assim... Não desesperei, mas senti uma tristeza enorme. Ver um filho nosso sofrer, nem que seja por uma coisa trivial como a reacção provocada por uma vacina, dói muito. Queríamos poder ser nós a passar por isso, e poupá-los a tanta dor...
Tinha tanta coisa para contar... Como ele agora já tenta falar, o esforço que faz para nos responder, os sons desajeitados que já articula, a frustação quando o som não sai. Os sorrisos incontroláveis de cada vez que vê o pai, como se o seu coração transbordasse de alegria. O impulso que dá às pernas quando lhe mudo a fralda, como se fizesse força para se virar. A cada dia que passa este meu filho surpreende com algo novo, e eu fico maravilhada com este milagre que é assistir ao seu desenvolvimento. Até as manhas que já tem (fingir que chora quando quer colo, fingir que chora quando nos sentamos - sim, porque ele quer andar ao colo mas sempre a passear!) me deliciam!
Mas nada me preparou para este choro inconsolável. Posso estar a ser piegas, mas preferia que ele não tivesse que passar por isto. Agora dorme ao meu colo, parece-me finalmente em paz.
segunda-feira, abril 09, 2007
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