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segunda-feira, setembro 10, 2012

cor.de.rosa ou o sorriso da minha mãe

Nalguns blogs que leio diariamente, fico (quase) sempre com a nítida impressão de que aquelas pessoas vivem vidas cor-de-rosa. O marido perfeito, filhos impecáveis, profissões que as realizam, passatempos creativos, vidas sem mácula. Não há ponta de desalinho, tristeza, amargos de boca. Não suam, não cheiram mal, não têm um bad hair day. Mais ou menos como nas "Donas de Casa Desesperadas". A vivenda nos subúrbios, o jardim florido e relvado, a cerca branca. Porém... Só quem está no convento sabe o que lá vai dentro. Quantas vezes o sorriso não esconde uma imensa dor de alma?
Hoje, pela 1ª vez, e devido a questões familiares, passei cerca de 8 horas longe do meu filho. Sei que estou mal habituada, pois para muitos(as) isto é o normal. Custou-me muito. E quando finalmente o peguei ao colo, pedi-lhe mil desculpas e prometi a mim mesma que o mesmo não se repetiria. Pelo menos não pelo mesmo motivo.
Não é também este um blog cor-de-rosa? Sendo algo que quero deixar ao meu filho como uma fotografia escrita dos nossos dias partilhados, não poderia ser de outra maneira. Nem tudo tem aqui lugar. Não é por acaso que estamos invariavelmente a sorrir nos fotos. É aquela a expressão que queremos guardar e recordar. Mesmo quando à nossa volta o que tinhamos como certo se desvanece.
A minha mãe hoje perguntava-me hoje como é que ainda é capaz de sorrir depois de tanta coisa menos boa que já viu.
Vem-me à memória o filme "A vida é bela". Somos, aos olhos dos nossos filhos, o espelho do mundo lá fora. E por isso sorrimos e brincamos quando por dentro ainda nos estamos a refazer de mais um rude golpe.
Dizes que a avó Carmina cantava enquanto cosia, apesar da vida difícil que levava. Aprendeste com ela o sorriso. O meu mundo tem sido mais bonito e mais leve por causa do teu sorriso. Que espero aprender e passar ao meu filho.
Há coisas que não preciso escrever. A vida encarregar-se-á de as mostrar. Por isso, às vezes, este é um blog cor-de-rosa.

2 comentários:

Unknown disse...

meu querido neto Eduardo, a vida nem sempre é luminosa como desejamos ( e deveríamos ter direito), por nossa culpa, quase sempre por nossa culpa, ficamos impotentes para resolvermos situações difíceis, mesmo que todos à nossa roda tenham a solução para o nosso problema. não desejo a ninguém a tristeza e preocupação que me enche o coração, e se eras tu que ultimamente me trazia o meu sorriso, a dôr que sinto já nem me dá discernimento para pensar claro. um dia vou contar-te que dei vida a um filho 2 vezes, quando ele nasceu e quando ele voltar a renascer, se calhar estou de maneira incorrecta a fazê-lo e a perder todos à minha volta, mas sei que um dia vou contar-te uma história feliz, porque se assim não fôr, alguém te contará 2 histórias infelizes. hoje não te consigo sorrir, desculpa meu amor. um abracinho mt apertado e riupiupiu

rita disse...

As pessoas exigem-nos sorrisos, mas nem sempre é possivel. Há que chorar também, com ou sem motivo. Lava a alma!

Um beijinho