em estado de graça...

Vários dias sem blogar... Não se trata de preguiça. Apenas de aproveitar o tempo para outras coisas mais pertinentes.
Os dias começaram finalmente a aquecer. O que quer dizer que apenas posso sair com o Eduardo logo pela manhã. Às 11 horas, o mais tardar, já estamos em casa, que o calor é inimigo dos bébés.
Ele continua muito calminho, muito bem-disposto, muito palrador e sorridente. 5 meses e 2 dias decorridos, continua a leite materno, e embora não esteja “gordo”, está muito torneadinho.
Já tem cadeira para quando começar a alimentação de sólidos. Dia 16 vamos à consulta com a enfermeira, que nos vai indicar que alimentos introduzir. Prevêem-se dias divertidos! Há uns dias atrás experimentámos dar-lhe banana esmagada. Que caretas incríveis!!! Torce o nariz e faz um esgar como que a dizer: “que trampa!”
Continua a acordar durante a noite para comer, mas agora já nos dá mais descanso, pois nalguns dias chega a dormir 6 a 7 horas de seguida. Sei que há bébés que dormem as noites completas desde que nascem e que a esses pais esta conversa parece ridícula. Mas para nós isto é um verdadeiro progresso!
E eu estou em verdadeiro estado de graça! Este é um tema recorrente. Mas é a mais pura das verdades! Sinto-me privilegiada por poder acompanhá-lo nestes dias. Não irei mais tarde arrepender-me de nada! Estou e estarei presente para tudo, para as 1ªs vezes, para os choros, para as birras, para as gargalhadas. E isso não tem preço!
Começar a trabalhar nesta altura seria muito complicado. A minha mãe tem alguma disponibilidade para ficar com ele, mas tem ainda muitas coisas que lhe ocupam o tempo. Pô-lo num infantário não é opção. Talvez mais tarde. Mas nos próximos 2/3 anos nem pensar! Além do mais há a questão financeira. Ganhar 500/600 euros para pagar 350 de infantário, deslocações, alimentação... E nem sequer chego aí! Não é para mim admissível não estar com o Eduardo. Não estou a julgar ninguém. É uma questão/opção muito pessoal. Sempre pensei que um dia criaria o meu filho! Não me cabe na cabeça que seja outra pessoa que não eu a vê-lo crescer, aprender, evoluir! Obviamente que isto tem contrapartidas. Praticamente desde que engravidei que eu e o Pedro nos abstemos de fazer muitas coisas. Não deixamos de viver, mas os gastos são muito controlados. A minha mãe também me ajuda imenso. Mas o que não faço é nada comparado com o ganho por estar com o meu bébe todos os dias, a todas as horas.
A nível pessoal a volta foi de 180 graus. Os único adultos com quem convivo diariamente são a minha mãe e o Pedro. Com eles converso, troco impressões, digo parvoíces. Tudo o resto é gu-gu da-da e falar pequenino! Tenho saudades de falar com a Carmen e com a Susana, conversas de gaja! Mas ultimamente para elas devo ser uma chata que não se cala com as últimas gracinhas do filho!
A nível intelectual, o maior esforço que fiz foi ontem ao ajudar o meu sogro a preparar as contas do condomínio para apresentação na reunião. Ler e ouvir música são coisas do passado, da era AE (Antes do Eduardo).
Faz hoje precisamente 5 meses que deixei a maternidade com o meu bébé nos braços. Entrei lá pequenina, imatura. Saí de lá com a maior riqueza da minha vida.